ESPIANDO A VIDA POR TRÁS DA JANELA
Hoje acordei, e me sento sonada com tantas medicações que preciso tomar. Resolvi então escrever sobre a minha vida rotineira, não aquela que se vê em redes sociais e nem em fotos. A vida do dia a dia, a vida real.
Awwww a internet!, Coisa mágica. Para mim, a máquina de se socializar , porque sou uma pessoa social. Mas as vezes pode se tornar cruel.
Faz tempo que ela é meu único contato com o mundo exterior, seu monitor, minha janela. Mas não foi sempre assim,
Até 2003, a internet era uma forma de manter contato com pessoas conhecidas e as vezes conhecer alguém novo. Mas existia uma vida social real.
Todos sabem que tive meu primeiro AVC em 2000, mas isto não me impediu de levar uma vida normal, trabalhando, saindo, viajando.
Em 2003 tive uma crise grave de depressão. Com ela veio junto a síndrome do pânico me limitando a sair sempre acompanhada e sozinha não vou muito longe e apenas a pé ou de carro. Acho que desde 2003 só andei de ônibus para longe sozinha uma vez.
Em 2005 tive uma grave crise de hernia de disco que me colocou em uma cadeira de rodas. Mais uma vez, levou alguns anos para que pudesse voltar a andar de novo.
Foi então que passei a usar as redes sociais, seja para um trabalho voluntário, seja para conhecer novas pessoas.
Aí descobri o facebook. O que parecia para mim o grande instrumento para fazer amigos, também se mostrou uma vitrine da realidade humana.
Eu sempre fui ingênua e sempre quis ver o lado bom das pessoas. Mas não é bem assim...
Nesta rede social as pessoas mostram a sua verdadeira personalidade.
O que para mim é algo diário e habitual passou a ser uma vitrine do que não posso fazer. Pessoas lindas fazendo biquinho, viagens que nunca poderei fazer, atividades que para mim estão fora de questão.
Como sabem, sofro de fibromialgia e fadiga cronica desde 2010, mas ela só foi diagnosticada em 2014. Somando a síndrome de Hughes + hernia de disco + fibromialgia e fadiga crônica me tornei uma expectadora da vida alheia.
Sou infeliz? Claro que não. Há muito aprendi que felicidade não é um estado absoluto mas que a vida é feita de momentos felizes.
Mas não dispenso as redes sociais. Ainda é uma forma de manter contato com verdadeiros amigos apesar de algumas vezes me decepcionar com outros.
Alias, as redes sociais era a única forma de acompanhar a vida da minha sobrinha neta, que mora longe, na Nova Zelândia. Mas agora nem isso dá mais.
Outro problema criado com o facebook é a chamada "neura". Medo de tudo e de todos. E minha sobrinha, que mora lá nos confins da terra nos proibiu de postar fotos da filha em redes sociais, com medo de pedófilos, sequestradores, uso de imagem, etc etc...
O que ela talvez não tenha entendido, é que para pessoas como eu, que pouco tem a compartilhar em termos de felicidade, não poderemos mais ter pelo menos esse prazer de mostrar aos nossos amigos a evolução da vida de nossa pequena.
Cm tudo isso, nossa família pequena, se partiu.
Sim, agora não só espio pela "minha janela" mas espio na janela dos outros pois só consigo ver minha sobrinha neta pelas fotos que ela manda para minha mãe.
Enfim, eu tenho consciência que minha vida n~~ao vai melhorar, ou vai ficar assim ou piorar.
Mas pelo tempo que minha sobrevida permitir vou continuar por aqui, as vezes com momentos felizes e as vezes com momentos de decepção.
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