Faço tudo que posso mas sempre acho pouco...

Hoje, apesar do dia ter começado como gosto, cinzento, chuvoso e friozinho, pois meus ohos não doem, acordei agoniada e triste.
Semanas atrás eu e meu marido resgatamos uma gatinha que mora num galpão do porto  do Rio de Janeiro pois ela havia se ferido com concertina. Aproveitamos para castrá-la e deixá-la na clínica veterinária até sua total recuperação e com isso tentarmos achar um lar para ela.
Ela ficou 10 dias internada e nada de lar temporário ou permanente.
Ficamos na dúvida do que era melhor, mantê-la enjaulada esperando uma adoção que poderia não vir ou soltá-la no mesmo local.
Resolvemos soltá-la pois ela parecia adaptada aquela vida mas...
Quando chegamos no local, senti uma certa resistência dela sair da caixinha de transporte. Ai meu coração...mas mesmo assim ela correu para o local.
Na segunda seguinte meu marido a viu, disse que estava amoada, não queria comer e me avisou. Mas como aqui em casa todos os meus gatos também não estavam comendo por causa do calor, quis pensar que esse era o mesmo motivo.
Durante toda a semana meu marido não foi no galpão então não tive notícias dela.  Mas hoje quando acordei com frio e chuva não pude deixar de pensar nela.
É, eu sou assim, me apego demais a animais e pessoas, fico preocupada.
Aí me vem as perguntas e critico a mim mesma.
Sei que muitos vão achar que fiz o certo, outros vão me criticar dizendo que devia abrigá-la mas se você solta você é ruim, se pega é acumuladora.
Vida de protetora não é fácil.
Além do fato de pensar que por mais que se faça muitas campanhas para adoção de vira latas e de animal adulto a dificuldade é imensa. Ainda a muito caminho a percorrer.
Ontem mesmo anunciei gatos de raça para adoção e como esperado apareceu gente. Mas para ela não apreceu nenhum.
Não critico quem quer adotar um gato de raça mas não me conformo com a falta de adotantes para vira latas.
Me sinto responsável por ela está lá, sozinha, dormindo no chão, com frio.
Como ela, tem vários pobrezinhos nas ruas e quem dera eu pudesse ajudar todos. Porém esses eu não vi e não mantive contato, só posso imaginar.
Mas por ela agora me sinto responsável, pois mesmo que em uma clinica veterinária, ela viveu outra vida.
Sei que já arrumei lares para tantos outros animais, gatos e cachorros, sei lá quantos mas tenho que pensar no hoje e hoje não tenho motivo para me orgulhar do meu trabalho pois a Lady está lá, ela conta comigo para que lhe dar uma vida melhor e mais um dia eu não consegui.
Meu marido diz que eu preciso "me dessensibilizar".
Talvez Che Guevara estivesse certo: " Hay que endurecerse pero sin perder la ternura jamás!"
Só posso neste momento pedir a Deus que olhe aquele anjinho.
Mas não desitirei. Amanhã será outro dia.

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