A HISTÓRIA DE AMOR
Vou contar minha história de amor, essa que vivo no momento e que é, pelo menos para mim uma das mais lindas que conheci.
Conheci meu atual marido em fevereiro de 1987. Nesta época era casada com meu primeiro marido já havia dois anos. Fomos a um casamento de um amigo em comum. Luiz, meu atual marido era colega de faculdade do meu primeiro marido. Ele me contou que ficou maravilhado e surpreso quando meu conheceu, pois não era nada do que meu primeiro falava, aliás, meu primeiro marido não me admirava em nada, só falava horrores para os colegas, mas entre esses colegas sempre diziam que eu era uma mulher bem bonita.
Após o casamento fomos para um bar e Luiz acabou se sentando do meu lado. Ficamos conversando a noite toda, o que foi conveniente para meu primeiro marido, pois ele queria ser sempre o centro das atenções.
Naquela mesma semana, começamos uma longa amizade, Luiz começou a ser a pessoa com a qual podia falar do meu casamento desastroso, das agressões verbais do primeiro marido, dos problemas de trabalho, das dúvidas. Era com quem podia rir, me divertir e respirar, pois minha vida não era nada fácil, muito pelo contrário.
Luiz conseguia captar o que pensava, o que queria fazer, me tratava como uma princesa, uma jóia preciosa.
Bom, ele se apaixonou e claro me apaixonei por tudo que estava acontecendo, alguém me dava atenção, coisa que me era negada pelo marido na época.
Para dar suas escapadas meu primeiro marido me empurrava para cima do Luiz, fazendo com que ele "me ocupasse". Na cabeça dele Luiz era inofensivo. E acabou sendo mesmo por causa de sua moral. Não foi uma nem duas vezes que forcei que algo acontecesse, estava numa carência de fazer gosto, mas Luiz sempre se bloqueava, pois eu era "a mulher do amigo dele". Mas com tudo isso, nos víamos todos os dias, com pouquíssimas exceções, durante quase dois anos. Isso sem contar as ligações intermináveis e que muitas vezes até nos víamos mais de duas vezes ao dia. Éramos unha e carne.
Luiz, era um “gentleman”, me trazia flores, orquídeas da "Acácia Dourada", que ainda existe em Vila Isabel. Como sempre foi muito ligado à música me apresentou muitas bandas as quais sentia uma familiaridade, na maioria bandas inglesas. Íamos tomar chá à tarde em um pub inglês, íamos sempre passear em Petrópolis. Ele me conhecia por dentro, nunca me viu só por fora, ele sabia do que iria gostar, do que combinava comigo, ele me via como eu era de verdade. Não é a toa que as fotos mais lindas que tenho foram ele que tirou. Ele sempre conseguir ver em mim algo que eu mesma não via.
Era muito legal que eu conseguia chamá-lo telepaticamente, era só pensar que o telefone tocava.
E o tempo passou, eu não queria mais estar casada com meu primeiro marido, mas por minha educação totalmente rígida e católica de formação, vivia sempre presa a esses conceitos. Sabia que meus pais não iriam admitir, mesmo eu sendo totalmente independente e na época eu é que sustentava a casa e o marido e nossas duas faculdades. Tinha muito medo do que as pessoas iriam pensar a meu respeito. Era muito nova, tinha 22 anos, e Luiz apesar de ser mais velho ainda era totalmente dependente dos pais e uma criança.
Nessa mesma época apareceu um amigo de faculdade, recém separado, que também se interessou por mim e com quem conversava bastante. Era um rapaz separado e me aconselhava muito sobre meu casamento.
Meu marido na época me viu conversando e saindo com ele e com mais um amigo para a casa dele, pois íamos fazer um trabalho de faculdade. Pois bem ele achou que este era o meu caso e fez a maior confusão na casa dos meus pais dizendo que eu tinha outro.
Era a chance de me libertar daquilo tudo e dizer que sim, tinha um caso, mesmo não tendo, e acabar com tudo aquilo, apesar de que ele é quem sempre dava escapadas, com amigas de faculdade, de trabalho etc. O que caísse na frente dele ele traçava.
Mas apesar de termos terminado ele ficou na minha casa e eu fui para a casa dos meus pais. Mas a pressão era grande tanto da parte de meus pais, como da parte dele que voltava sempre pedindo perdão.
Luiz, por sua vez não tinha como me assumir, como falei ainda não era independente, e seus pais também não iriam admitir.
Sentia-me sozinha... Eu precisava na época deste apoio emocional.
Um pouco mais de um mês da separação acabei voltando para a casa, esse foi o meu erro...
Mesmo não querendo, e indo contra a vontade acabei ficando grávida e Luiz começou a ficar deslocado, pois se antes ele já se sentia culpado, ficou mais ainda e vendo que aquilo estava o fazendo sofrer demais começou a se afastar. Um dia ele não apareceu mais. Mas eu nunca me esqueci e disse que meu filho seria afilhado dele.
Luiz, por sua vez foi viver a vida dele, namorou, acabou casando e tendo um filho. Mas nós nunca nos esquecemos e tanto ele quanto eu nos separamos na mesma época, sem saber um do outro.
Um dia, quase um ano após minha separação, recebi uma ligação dele e me perguntava se estava tudo bem e que queria me ver.
No dia seguinte ele apareceu na minha casa. Por muita sorte ele conseguiu falar comigo, pois na semana seguinte meu telefone mudaria de número.
Ele me disse que havia sonhado comigo, eu estava de branco, cabelos soltos e isso o incomodou.
Contei para ele tudo que havia se passado naqueles dez anos que estivemos separados, das agressões físicas e verbais que sofri do meu ex-marido, de toda tristeza e humilhação que havia sofrido, das necessidades que havia passado, da fome que passei.
Ele por sua vez também me contou que havia passado maus bocados e que também havia se separado.
Começamos a ficar juntos de novo, mas Luiz nunca foi de farra e eu vinha de um relacionamento horroroso de 16 anos e estava curtindo tudo que me havia sido negado. Aquele relacionamento mais uma vez não estava dando certo. Eu queria experimentar ser livre e Luiz já queria algo sério.
Bom, cada um foi viver a sua vida novamente, mas agora tínhamos como nos falar com frequência.
Quatro anos depois, cansada de toda aquela badalação, vidas noturnas, resolvi parar, já havia visto tudo que queria ver e viver.
Resolvi ficar sozinha, mas... Vamos tentar mais uma vez? Com o Luiz não havia tentado algo sério. Agora, mais tranquila e mais madura resolvi tentar um relacionamento sério e deu certo! E como não daria? Já nos conhecíamos há mais de 15 anos!!! Nos amávamos! E ambos eram confidentes, amigos mesmo na saúde e na doença!!!
Quatro meses depois estávamos morando juntos, mais cinco meses e comprávamos nosso apartamento.
Fizemos nove anos de casamento e ainda vivemos em lua de mel, gostamos de estar juntos para tudo, e o melhor de tudo ainda temos aquele amor que existia quando nos conhecemos com 22, 24 anos, quase infantil. Ainda vamos a Petrópolis, ele ainda me dá flores, diz que me ama e age como tal. Tudo de bom.
O que posso dizer é que para um casamento dar certo não basta ter só amor, tem que ter muita amizade, pois é a amizade e a cumplicidade que segura a barra quando o mundo vira de ponta cabeça. O casamento é um exercício diário de respeito ao outro e dedicação.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
As pessoas não se precisam, elas se completam... não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.
Maravilhoso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirAdorei a história de vcs.
Que o Pai continue auxiliando vcs nessa jornada linda de amor e cumplicidade.
beijoca.
Muito Lindo! Parabéeens!! *-*
ResponderExcluirQue lindo :)
ResponderExcluirFico realmente feliz de ver que vc tá feliz :)
Obrigado queridas!
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