El Chavo del Ocho ( Chaves)

Já faz um tempo que penso em escrever sobre o programa El Chavo del Ocho, aqui no Brasil chamado de Chaves. Mas quando tive a ideia de escrever foi justo na época da morte do criador da série Roberto Gomez Bolaños.
 Se comentou muito sobre a vida pessoal dele e de como o programa era antiético pois se batia em criança, era machista etc etc... Então achei melhor esperar mais um pouco.
Bem, realmente não é ético mas apenas para nossa época. Temos que nos dar conta que o programa foi criado na década de 70 do século passado, e o programa retratava com perfeição uma vizinhança pobre em uma cidade. 
Conheci o programa em 1978 quando fui morar em Santa Cruz de la Sierra, Bolivia, e naquela época poucos programas havia na TV e o seriado era o que havia, junto com El Chapolin Colorado. Inclusive na escola era chamada de Chilindrina(aqui no Brasil Chiquinha) pois era morena e usava óculos.
Mas neste período via apenas como uma programa divertido e nada mais.
Quando voltei ao Brasil, depois de alguns anos me deparei com o programa passando em um canal de TV e então o via mais para relembrar os bons momentos que vivi na Bolívia.
Se passaram mais e mais anos e quer saber, continuo assistindo o programa, seja na TV, seja em DVD, seja no que for. Quando tenho um tempo livre é esse programa, mas hoje não com a intenção de apenas me divertir, não apenas com a intenção de me lembrar dos anos que passei na Bolívia, mas hoje viajo no tempo para uma época que vivi e que para mim era tão puro e ingênuo. 
Na década de 70 eu também era criança e vivi muitas coisas que as crianças da série viviam, No grupo de amiguinhos, sempre tinha a criança mimada, a criança riquinha, a criança esperta e malandra, a mais bonita da classe... E as brincadeiras? Amarelinha, pular corda, bonecas de pano, carrinhos de plástico.
Ver El Chavo del Ocho é viajar no tempo! Quem não se lembra de alguma vizinha ou tia com aqueles bobes no cabelo e de avental? E o malandro que não trabalha? O cobrador, o professor.
Gosto de prestar atenção sempre no cenário, a geladeira e a televisão na sala, sinal de riqueza, os moveis de fórmica ou de aço, as estampas dos sofás, as cortinas floridas, o bule e as xícaras de ágate, as flores na sala, o pisca pisca na árvore de Natal, as flâmulas na parede, os quadros com as paisagens ou de um navio ou de uma casa no campo, o tanque de cimento, as plantas plantadas nas latas...
Agora, falem o que quiser, ando querendo trazer um pouquinho desse cenário para minha casa, adquirindo objetos retrôs para me sentir mais perto dessa época.
E por isso, quero agradecer, mesmo depois da sua morte a esse gênio chamado Roberto Gomez Bolaños por ter nos deixado um pedacinho de um mundo que eu tenho saudade mas que vendo o programa passa.
Quento ao que ele fez na sua vida pessoal, se ele era "assim ou assado" não me importa;
O que importa é que ele era genial no que fazia e a prova e que o programa está aí, por gerações, criando um mundo de imaginação em uma época tão tecnológica, 








Comentários

  1. Quando conheci o programa O Chaves eu não gostava, achava bobo e sem graça, mas aos poucos fui me afeiçoando aos personagens e me identificando, assim como você. Minha infância foi parecida, eu não apanhava, mas fora isso, não tinha mimimi.

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