A VIDA SIMPLES
Trocaria meu smartphone, meu notebook pelas conversas no fim da tarde na porta com os vizinhos.
Trocaria a vida corrida por fazer as refeições com meus entes queridos todos os dias em volta de uma mesa.
Trocaria todas as facilidades da cidade por uma vida mais tranquila.
Gostaria de uma vida mais simples, onde não precisasse me esforçar para ser aceita. Onde não precisasse "ter" mas apenas" ser".
Trocaria o frio hospital de excelência pelo calor de um médico de família.
Gostaria de acordar em um domingo com os sinos da Igreja chamando para mais uma missa.
Trocaria o conforto do carro pelo passeio de mãos dadas com quem eu amo.
Trocaria a TV por reuniões animadas com amigas.
Trocaria os jantares em restaurantes pela natureza, por cuidar de meu jardim.
Trocaria a vida noturna para ver o sol nascer e se por.
E no fim da vida queria morrer contemplando as flores, sentindo o aroma da terra.
Aí sim teria a sensação de levar na minha última bagagem algo que valeu a pena, algo que pudesse levar.
NOTA: Esse post já estava pronto mas não havia encontrado o momento correto de publicar. Ontem, em um sábado ao tentar me dirigir a um compromisso me deparei com engarrafamentos em todos os lados, filas e mais filas de carro, ruas lotadas, ônibus lotados, sol escaldante e presumi que poderia ser por causa da praia.
Como estava perto resolvemos, meu marido e eu, irmos a uma feira de livros. Achei que lá estaria tranquilo e organizado, pois a leitura se pressupõe um ambiente calmo.
Qual foi meu espanto de ver milhares e milhares de pessoas aglomeradas, filas quilométricas para entrar no estacionamento, que aliás era caríssimo, depois mais fila quilométrica para entrar na bilheteria, depois mas fila para entrar.
Pessoas sentadas no chão, disputando espaços com os passarinhos da área ( as vezes até chutando os pobres), muitas arrumadas como se fosse 'o passeio de domingo', com seus namorados tirando fotos em qualquer plaquinha que tivesse no evento.
Crianças correndo desenfreadas, bolsas, bolsas e mais bolsas de livros e principalmente revistas, como se não houvessem livrarias na cidade. Talvez esse fosse o único momento que esse tipo de pessoa teve contato com papel.
Pessoas se acotovelando nas prateleiras para pegar um livro, talvez achando que esse fosse o último exemplar ou que teria certa vantagem em comprar primeiro.
Nenhum banco, nenhuma cadeira, nenhuma tranquilidade para sentar e folhear alguma obra.
Na volta começo a pensar em tudo aquilo em meio ao engarrafamento da saída. Pessoas mal orientadas desde a entrada até a saída e mesmo assim tenho certeza que muitas voltarão e outras irão pela primeira vez. É o "evento" que conta. Tenho que ir porque se não for não sou 'cool'.
Desde a hora que saí de casa só me deparei com motoristas selvagens, que dirigiam como se não houvesse amanhã e que com certeza teria mil programas para fazer no mesmo dia mas me pergunto, será que ele aproveitou cada um destes programas? Se você faz algo já pensando no que vai fazer depois como aproveitar?
Talvez mais no futuro faça um post sobre esse fenômeno que está acontecendo. Antigamente as pessoas viam a morte como algo normal da vida. Quando a morte se afastou das nossas casas e foi para os hospitais e asilos as pessoas passaram a ter medo da morte. Todo mundo queria viver intensamente tudo que podia. Agora, as pessoas não querem dormir, talvez porque o sono seja uma pequena morte e claro que numa sociedade onde se compra tudo, até sua propria imagem, ela tem que ver tudo, ler tudo, ter tudo, frequentar todos os eventos bacanas, dormir passou a ser algo dispensável e totalmente sem propósito.
Me senti meio alien pensando no cãozinho que quase foi atropelado na rua, nos passarinhos que estavam disputando espaço no terreno e nos quero-queros que cantavam enquanto as pessoas se acotovelavam no evento e no trânsito.
Para mim, eu perdi meu tempo. Ganhar tempo para mim é outra coisa.
Oi adorei seu blog visite o meu tá tendo um sorteio
ResponderExcluirhttp://blog-cantinhodamulher.blogspot.com.br/
beijos...flor....
Vou lá Debora! Obrigado pelo comentário! beijinho
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