A FÉ
Algumas pessoas me perguntam como passei( e passo) pelas situações difíceis da vida.
Eu sempre respondo que foi a sorte, o destino ou mesmo a teimosia mas muitos me dizem que foi minha fé.
Sinceramente não acho que tenho tanta fé assim mas admito ter uma certa admiração pelo relacionamento que tenho com essa energia evoluída que alguns chamam de Deus.
Minha primeira experiência com a fé, foi ainda bem criancinha, numa época que nem sabia o que era religião. Eu era tão comparada, se falava tanto para mim que eu não era uma 'menina boa' que no meu intimo me recolhia com aquele meu amigo imaginário, que depois vim a descobrir que esse amigo era nada mais do que Deus.
Com ele, podia chorar e perguntar porque determinadas coisas aconteciam comigo, me sentia como se alguém me pusesse no seu colo e me consolasse.
Quando fiquei maiorzinha, entrei em uma escola católica, de freiras e me sentia bastante a vontade sem saber o porque.
Todas as coisas boas e valores que tenho hoje aprendi naquela escola.
Com o passar dos anos me via na hora do recreio tirando pelo menos 5 minutos para conversar com aquele ser que era imaginário mas que agora tinha um nome. Era eu e ele naquela capelinha da escola que ainda existe.
Capela do Instituto Nossa Senhora das Dores- Brás de Pina- RJ
Conforme ia crescendo e aprendendo mais ficava admirada com aquele ser, com aquelas histórias da vida dele. E quer saber? Ele se tornou 'o cara'. Cara legal esse, jovem, rebelde, festeiro. Doce mas revoltado com as injustiças. Todas aqueles dogmas que me ensinavam ficaram escurecidos diante de tamanho caráter daquele homem.
Devo dizer que naquela época a Igreja Católica era bem diferente. Era uma igreja que ensinava e praticava solidariedade. Nos grupos jovens podíamos entrar em uma capela e rezar literalmente deitados em um banco, podíamos nos confessar com um padre jovem cara a cara, sem a imponência das roupas sacerdotais. Era mais uma orientação do que uma crítica.
Em qualquer evento eu adorava participar. Foi em um destes eventos que conheci Maria Clara Machado que eu descrevi em um post anterior.
Eu também adorava dormir com as freiras na escola. Além de escola também era um convento e quando dormia lá era uma festa, tínhamos sorvete e fazíamos hóstias. Até em determinado momento pensei na possibilidade de me tornar uma freira, andava com toalhas presas na cabeça.Mas eu tinha um ponto fraco: os meninos. Então tive que escolher.
Quando mudei de país, entrei em uma nova escola de freiras, essa um pouco mais rigorosa em termos de comportamento mas mesmo assim ainda boa é agradável. Também tínhamos nossos retiros espirituais onde conseguíamos ter um encontro mais próximo com aquele ser.
Talvez, todos os meus problemas com relação a religião foram devidos ao fato de uma vez ter ido me confessar em uma igreja comum e me sentir muito desconfortável. O padre em questão me fez sentir como uma vadia, e para uma pessoa que já tinha baixa auto estima foi o suficiente para tentar dar um jeito na minha vida, e como não em achava merecedora de perdão achei que me casando resolveria meus pecados.
E pior, casei com alguém que não estava nem aí para Deus, religião mas fazer o que? Era minha salvação não é?
Em todos estes anos conheci outras religiões, participando de outras crenças mas nunca me esqueci daquele ser que sempre me consolava nos momentos mais difíceis. Participava mas nunca achei que aqueles lugares eram o meu lugar. Apesar de que minha casa tem um pouco de tudo, vim trazendo tudo que é bom em outras religiões, é uma casa eclética.
Mas o meu lugar era aonde aquele Deus que admirei estava e nele entreguei meu caminho.
A Fé continuava ali.
Aprendi, por experiência, que nunca tinha que pedir, deveria agradecer e quando pedisse fosse apenas me mostrar o caminho que deveria seguir. Foi isso que fiz.
Essas passagem em especial tocou meu coração:
Lucas 12
22 Dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus acrescentou: "Portanto eu digo a vocês: Não se preocupem com sua própria vida, quanto ao que comer; nem com seu próprio corpo, quanto ao que vestir.
23 A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas.
24 Observem os corvos: não semeiam nem colhem, não têm armazéns nem celeiros; contudo, Deus os alimenta. E vocês têm muito mais valor do que as aves!
Então por mais que sofresse, um dia chegaria ao fim.
Continuei meu caminho levando comigo todos os valores que aprendi.
Parece que nada que vi e apendi na historia e ciência abalou minha crença nessa energia, pelo contrário! Quanto mais humano esse homem se tornava mais admirável se tornava suas ações. Mais próximo ele estava de mim.
Até hoje minha vida tem um pouco de Deus e Deus ainda está meio que no controle da minha vida.
Vamos pegar o meu segundo casamento (que para deixar claro foi o primeiro) teve a mão de Deus.
Todos os planos eram para que a cerimônia fosse na Floresta da Tijuca ao ar livre. Mas naquele dia começou a chover incessantemente a ponto de quase cancelarmos as fotos. Então resolvi tirar as fotos na Igreja e casarmos lá. Logo após o casamento o céu se abriu, saiu o sol. Foi como se ele falasse :" Olha, casamento é sério e quero que seja na minha casa. Depois de assumir este compromisso na minha presença vocês podem voltar aos seus planos..."
Hoje, já não frequento a Igreja Católica Apostólica Romana, já que me divorciei e me casei de novo. Mas não deixo de ter um carinho por ela. Aprendi tanta coisa boa!
Levo dela o que é bom, os ensinamentos.
Hoje, encontrei de novo essa energia na Igreja Anglicana, onde me casei com meu segundo marido.
Mas sei que Deus está em todas as partes e também em outros locais. Qualquer religião é boa, o que mata são os religiosos. Claro né? Seres humanos erram e erram feio.
Se as pessoas se importassem mais em seguir os ensinamentos não ficariam tão frustradas com religião.
Religião é apenas um tipo de caminho, cada um tem que encontrar sua forma de caminhar.
Nunca me considerei uma religiosa mas continuo a caminhar com aquela energia, com aquele ser que alguns chamam de Deus.
Muitas vezes me acho uma pessoa de pouca fé mas quem me conhece sabe que no fundo no fundo eu acredito sim que a fé move montanhas, que o tempo de Deus não é o nosso tempo e que "andar com fé eu vou que a fé não costuma falhar".
Na foto meu evangelho de criança e um Santinho que escrevi uma oração e que até hoje me acompanha. Está sempre na minha bolsa aonde quer que eu vá. Sempre esteve e sempre estará.
E é assim que vejo e que sinto...
""Há muitos nomes para a Fonte de Sabedoria - o Absoluto, o Cósmico, Deus, o Espírito Divino, o Transcendente, mas o conceito é um:. Que é a manifestação universal, a essência espiritual, que fornece todas as coisas E, é esta entidade, esta Unidade Universal, que o místico procura saber." Manuscrito Rosacruz
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